Bomba: Lula é duramente criticado ao fazer essa afirmação sobre Bolsonaro, veja o que ele disse

No mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu o julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou um tom de equilíbrio político. Ao ser questionado sobre o caso, Lula ressaltou a importância da presunção de inocência, princípio basilar do Estado de Direito, mas não deixou de alfinetar o adversário ao lembrar que enfrentou processos judiciais sem se vitimizar. A fala ocorreu durante entrevista coletiva, logo após o velório do jornalista Mino Carta, em São Paulo.
O petista fez questão de destacar que sua posição não é pessoal, mas institucional. “Eu desejo para mim e para qualquer inimigo meu apenas o direito à presunção de inocência, para que o Brasil fique sabendo da verdade e apenas a verdade”, disse. A declaração foi interpretada como um recado duplo: de um lado, uma defesa do sistema de Justiça; de outro, um lembrete de que a transparência do processo é fundamental em meio a um cenário político polarizado, no qual acusações e versões se misturam com interesses eleitorais.
Ao relembrar sua própria trajetória jurídica, Lula comparou a postura que adotou durante as investigações da Lava Jato com a situação atual de Bolsonaro. “Ele pode se defender como eu não pude me defender e eu não reclamei, eu não fiquei chorando, eu fui à luta. Se é inocente, prove que é inocente, prove que não tem nada a ver com isso, está de bom tamanho”, afirmou. A fala expõe a tensão entre duas narrativas que têm marcado a política recente: a de quem se diz vítima de perseguição e a de quem aposta no enfrentamento judicial para sair fortalecido.
O julgamento no STF, iniciado na manhã desta terça-feira (2), é considerado um dos mais sensíveis da história democrática recente. Bolsonaro e outros sete réus são acusados de participação em uma articulação para tentar desestabilizar o resultado das eleições de 2022 e minar as instituições democráticas. A análise da Corte deve se estender por dias e já mobiliza tanto aliados quanto críticos do ex-presidente, que enxergam no processo uma oportunidade de reforçar ou desconstruir suas respectivas narrativas políticas.
O caso tem grande peso simbólico porque pode definir o futuro político de Bolsonaro. Se condenado, ele pode enfrentar novas restrições e até perder a chance de disputar cargos eletivos nos próximos anos. Para os apoiadores, trata-se de um processo de perseguição orquestrado para neutralizar uma liderança popular. Já para opositores, é a prova de que as instituições estão funcionando e que atos contrários à democracia não podem ficar impunes. Esse embate de percepções, somado à polarização já consolidada, deve manter o tema no centro do debate público por um longo período.
Lula, por sua vez, parece buscar uma posição que o distancie de acusações de revanchismo político. Ao defender a presunção de inocência, o presidente tenta reforçar a imagem de estadista, preocupado com o funcionamento regular da Justiça, sem se envolver diretamente nas consequências que um possível veredito terá sobre seu adversário. Esse movimento pode ser estratégico: ao se mostrar acima da disputa, Lula abre espaço para que a narrativa de perseguição, frequentemente explorada por Bolsonaro, perca força entre setores mais moderados da sociedade.
O desfecho do julgamento, no entanto, permanece incerto. Ministros do STF devem se debruçar sobre um volume considerável de provas e depoimentos, em um processo que, mais do que determinar a responsabilidade de indivíduos, testa a resiliência institucional do país. Em meio a um Brasil ainda dividido, a fala de Lula reforça a mensagem de que, independentemente da cor partidária, a Justiça deve prevalecer. Para a sociedade, a expectativa é clara: que a verdade seja estabelecida com transparência, permitindo ao país avançar sem repetir os erros que marcaram sua trajetória democrática recente.
