VIROU CONFUSÃO: Olha só o que o Lula disse sobre Eduardo Bolsonaro

Em um discurso carregado de críticas e declarações de forte impacto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de atuar contra os interesses do Brasil em solo estrangeiro. A fala ocorreu nesta quinta-feira (8), durante um evento no Acre, no qual o governo federal anunciou um pacote de investimentos para o estado. Lula afirmou que Eduardo foi enviado aos Estados Unidos pelo próprio pai com a missão de pedir apoio para um suposto golpe de Estado no país.
“Em pleno século 21, um ex-presidente ignorante e chucro, que mandou o filho dele ir para os Estados Unidos pedir para os americanos dar golpe neste país, ele vai saber o que vai custar isso porque vai ter um processo”, declarou Lula, sem poupar adjetivos. O presidente ainda chamou o parlamentar de “traidor de 215 milhões de brasileiros”, reforçando a gravidade da acusação e sinalizando que eventuais medidas judiciais poderão ser adotadas.
A visita de Eduardo Bolsonaro aos Estados Unidos ocorre em meio a uma conjuntura delicada nas relações bilaterais. Além de encontros com políticos e representantes da direita americana, o deputado tem defendido publicamente que o governo dos EUA adote sanções contra autoridades brasileiras. Entre os alvos está o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator do processo que investiga Jair Bolsonaro por suposta participação em um plano golpista. Eduardo também tem buscado apoio junto a parlamentares e empresários americanos para pressionar o governo brasileiro.
O clima ficou ainda mais tenso após o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar tarifas de 50% sobre uma série de produtos brasileiros, medida que afeta diretamente setores estratégicos da economia nacional. Embora não haja comprovação de que a atuação de Eduardo tenha influência direta nessa decisão, o timing da sanção e a postura adotada pelo parlamentar geram críticas de diversos setores políticos. Em julho, Trump chegou a enviar uma carta a Lula na qual classificou como “vergonha internacional” o processo que investiga Jair Bolsonaro.
Durante seu discurso, Lula adotou um tom de prestação de contas, mas também de advertência. “Muita gente irá colher o que plantou”, afirmou, em referência às ações do governo anterior e de seus aliados. O presidente acusou Jair Bolsonaro de não ter governado efetivamente o país, preferindo criar e alimentar o chamado “gabinete do ódio”, estrutura informal apontada como responsável pela disseminação de desinformação nas redes sociais. Para Lula, chegou o momento de responsabilizar aqueles que, segundo ele, atuaram contra a democracia.
A reação de apoiadores de Bolsonaro foi imediata. Parlamentares ligados ao ex-presidente classificaram as falas de Lula como “teatralização política” e acusaram o petista de tentar desviar o foco de problemas econômicos e sociais internos. Já analistas políticos avaliam que o embate verbal eleva o clima de polarização, reacendendo um dos temas mais sensíveis da política recente: a tentativa de deslegitimação das eleições e das instituições democráticas. O caso ainda pode ter desdobramentos no campo jurídico, caso Lula ou o governo adotem medidas formais contra Eduardo.
Com as acusações feitas no Acre, Lula não apenas atacou diretamente a figura de Eduardo Bolsonaro, mas também buscou reforçar seu discurso de defesa da democracia e de enfrentamento a práticas que considera antirrepublicanas. O episódio expõe mais uma vez as profundas divisões que marcam a política brasileira e sinaliza que, mesmo após o término do mandato de Jair Bolsonaro, a disputa de narrativas e a tensão institucional permanecem vivas. Nos próximos meses, o embate pode se intensificar, com reflexos tanto no cenário interno quanto nas relações diplomáticas do Brasil com os Estados Unidos.
